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sábado, 10 de fevereiro de 2024

Bohemian Rhapsody

Demorei para assistir, mas finalmente conferi essa tão falada cinebiografia do Queen. Bem, antes de tudo, para quem viveu a época do Queen vai ser muito bom ouvir todos aqueles grandes sucessos. Os produtores porém pensaram mais na nova geração do que nos fãs veteranos. O que era para ser apenas um belo cartão postal da banda acabou se tornando algo muito maior. Até o momento o filme já bateu 850 milhões de dólares em bilheteria - um tremendo sucesso de público! Some-se a isso ao fato do ator Rami Malek ter sido premiado com o Oscar de melhor ator e você terá o caldo perfeito para gerar um produto pop perfeito. Sim, o filme é bem isso mesmo. A história de Freddie Mercury ganha ares de pura dramaturgia, tudo feito no velho old school, onde a lenda é imprensa, mesmo com vários, digamos, errinhos de cronologia e fatos históricos equivocados. Nada disso tira os méritos do filme ao meu ver. Gostei de praticamente tudo, da boa reconstituição dos shows, da acertada decisão do diretor Bryan Singer em tentar dar espaço para os outros membros do grupo e até mesmo da direção de arte, que suavizou muitas das breguices datadas que eram moda nos anos 70 e 80. Esse lado kitsch só ressurge com toda a sua força quando os créditos finais sobem e imagens reais de um show do Queen - com o Mercury real - aparece na tela do cinema. Nesse momento ficou impossível esconder as roupas exageradas, os cabelos cafonas, etc.

Fora isso, tudo bem reconstruído. O lado mais promíscuo de Mercury foi amenizado. Temas fortes de sua biografia como sua homossexualidade, a diversidade de parceiros sexuais e por fim a descoberta que tinha AIDS foram tratados com delicadeza e suavidade pelo roteiro. Afinal o estigma e o preconceito ainda existem e não poderia haver em nenhum momento a intenção do filme em macular de alguma forma a biografia de seu protagonista, aqui enfocado como lendário. Porém, para finalizar, temos que dizer que nenhum detalhe cinematográfico vai superar a força da música do Queen. Essa é realmente imbatível. A trilha sonora salva o filme em inúmeros momentos. Basta uma leve caída para o diretor puxar logo um grande hit, ganhando com isso a cumplicidade do público. É como ter um craque em um time mais ou menos. Sempre será possível surgir um gol de gênio no último segundo para salvar todo o conjunto, todo o time. Assim a trilha sonora é a grande arma dessa produção. Sem ela nada poderia se sobressair. Com a música do Queen o gol de placa se mostrou garantido.

Bohemian Rhapsody (Inglaterra, Estados Unidos, 2018) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Anthony McCarten, Peter Morgan / Elenco: Rami Malek (Freddie Mercury), Lucy Boynton (Mary Austin), Gwilym Lee (Brian May), Ben Hardy (Roger Taylor), Joseph Mazzello (John Deacon) / Sinopse: Cinebiografia do cantor de rock Freddie Mercury e sua banda Queen, grande sucesso de vendas durante os anos 70 e 80. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Rami Malek), Melhor Edição (John Ottman), Melhor Edição de Som (John Warhurst, Nina Hartstone) e Melhor Mixagem de Som (Paul Massey, Tim Cavagin e John Casali).

Pablo Aluísio.