Mostrando postagens com marcador Vincent Cassel. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vincent Cassel. Mostrar todas as postagens

sábado, 9 de setembro de 2023

Cisne Negro

Nina Sayers (Natalie Portman) é uma jovem bailarina que tem que lidar com as pressões e os desgastes emocionais e psicológicos provenientes de sua escolha para participar de uma grande produção de "Cisne Branco". Eis aqui um dos melhores filmes dos últimos dez anos em Hollywood. Uma produção que consegue aliar boa arte, sofisticação e popularidade uma vez que alcançou um belo resultado nas bilheterias, o que me deixou surpreso em certo sentido pois não o considero um filme para todos os públicos. Ele não tem qualquer característica que o transforme em um produto pop de fácil consumo. Pelo contrário, "Cisne Negro" é um raro caso atual de primor cinematográfico. Seus vinte minutos finais são soberbos, um dos melhores clímax que o cinema americano conseguiu produzir em muito tempo. O filme todo aliás é um atestado do talento do cineasta Darren Aronofsky que, na minha opinião, está seguramente entre os cinco melhores diretores em atividade no momento. A fusão cinema e espetáculo transborda em cada cena, em cada momento desse filme extremamente inspirado (e inspirador). É uma aula de bom cinema!

O roteiro é muito bem escrito e tem subtextos bem relevantes. O primeiro é aquele que mostra um velho problema que atinge certos pais quando eles tentam compensar suas frustrações pessoais almejando de todas as formas se realizarem em seus filhos, a todo custo. Nesse aspecto Nina é apenas uma vítima nas mãos de sua mãe, uma bailarina frustrada. Outro aspecto importante é o que coloca em oposição a beleza da dança com a rudeza do mundo dos bastidores da companhia de ballet retratada no filme. É um contraste que chama muita atenção e choca pelo realismo apresentado. Nem é necessário citar também o conflito psicológico proveniente da pressão extrema pela qual passa Nina, que no fundo é apenas uma jovem meiga e terna (como o próprio Cisne Branco da peça). Por fim temos Natalie Portman. O que falar de sua interpretação? Ela está fenomenal mesmo e sua premiação com o Oscar foi uma das mais justas da história da Academia. Ela não apenas interpretou pois na minha opinião fez algo a mais, “incorporou” o papel, como nos bons tempos do Actors Studio. Simplesmente genial. Enfim, "Cisne Negro" é aquele tipo de filme que quando chega ao final não ficamos menos do que abismados. Comigo foi exatamente assim! Uma grata surpresa em um época tão carente de grandes filmes. 

Cisne Negro (Black Swan, Estados Unidos, 2010) Direção: Darren Aronofsky / Roteiro: Mark Heyman, Andres Heinz / Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Winona Ryder / Sinopse: Nina Sayers (Natalie Portman) é uma jovem bailarina que tem que lidar com as pressões e os desgastes emocionais e psicológicos provenientes de sua escolha para participar de uma grande produção de "Cisne Branco". 

Pablo Aluísio.


sábado, 22 de julho de 2023

O Imperador de Paris

O cinema francês tem apresentado excelentes filmes nesses dois últimos anos. Um dos que mais gostei de assistir foi esse "O Imperador de Paris". O roteiro conta a história real de um criminoso procurado chamado François Vidocq (Vincent Cassel). Após ser condenado a cumprir pena em um navio ele consegue fugir, voltando ao continente. Só que agora, para escapar do radar dos policiais, tenta viver uma nova vida como comerciante de tecidos em feiras das cidades do interior. Sua fama o precede e em pouco tempo é novamente reconhecido. De volta à ativa propõe um acordo incomum com o chefe do departamento de polícia. Ele ajudará o homem da lei a prender todos os criminosos procurados de Paris em troca de indulto de seus crimes no passado. E assim começa a agir nas ruas mais sujas e sombrias da capital francesa. A ideia é realmente limpar as ruas da escória de criminosos de todos os tipos.

Não é a primeira vez que fazem um filme sobre François Vidocq. Ele chegou inclusive a ser o protagonista de um filme americano, "Vidocq, Um Escândalo em Paris", de Douglas Sirk em 1946. Obviamente era uma versão bem fantasiosa de sua vida. Nesse novo filme as coisas são mais de acordo com os registros históricos que existem sobre ele. Inclusive o verdadeiro Vidocq viveu em um período muito interessante da história francesa, quando a revolução mandava milhares de pessoas para a guilhotina. Seu auge porém aconteceu quando Napoleão Bonaparte subiu ao poder. Seu título de "Imperador das ruas de Paris", dado por um jornal da época, era praticamente uma sátira à figura de Napoleão. Enquanto esse conquistava nações no exterior, o criminoso François Vidocq era o homem que realmente mandava na capital francesa, com seu modo de agir baseado na violência e na justiça com as próprias mãos. Enfim, um filme realmente muito bom, com ótima reconstituição de época e a brilhante interpretação do ator Vincent Cassel, um dos melhores do atual cinema francês. Se você gosta de cinema europeu não deixe de conferir essa nova versão da vida de um homem que ao seu próprio modo também entrou para a história da França.

O Imperador de Paris (L'Empereur de Paris, França, 2018) Direção: Jean-François Richet / Roteiro: Éric Besnard / Elenco: Vincent Cassel, Olga Kurylenko, Freya Mavor, August Diehl / Sinopse: Baseado em fatos históricos reais o filme conta a história do criminoso procurado François Vidocq (Vincent Cassel). Após ser capturado de novo pela polícia de Paris ele faz um trato informal com o chefe de polícia da cidade. Ele ajudará a eliminar os principais criminosos em troca de um indulto por seus crimes no passado. E tudo se passa durante o período imperial com Napoleão Bonaparte no poder. Filme indicado ao César Awards nas categorias de melhor figurino (Pierre-Yves Gayraud) e melhor design de produção (Emile Ghigo).

Pablo Aluísio.