quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Um Amor Verdadeiro

Título no Brasil: Um Amor Verdadeiro
Título Original: One True Thing
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Carl Franklin
Roteiro: Karen Croner
Elenco: Meryl Streep, Renée Zellweger, William Hurt, Tom Everett Scott, Lauren Graham, Nicky Katt

Sinopse:
Baseado na novela escrita por Anna Quindlen, o filme "Um Amor Verdadeiro" conta a história da jornalista Ellen Gulden (Renée Zellweger), uma mulher bem sucedida na carreira que precisa retornar à velha casa dos pais porque sua mãe Kate (Meryl Streep) está morrendo de um câncer agressivo que lhe dará poucas semanas de vida. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Meryl Streep).

Comentários:
Excelente drama que tem um elenco excepcionalmente bom. Tudo gira em torno de uma família que precisa passar seu passado a limpo por causa da mãe que está partindo. Ela foi diagnosticada com um câncer maligno. Esse papel da matriarca que se vai foi interpretada pela excelente e oscarizada Meryl Streep. Ela está graciosa e insuperável nesse personagem complicado, que apenas grandes atrizes teriam coragem de interpretar. Renée Zellweger é a filha que vê seu chão desaparecer da noite para o dia. Ele sempre teve problemas de relacionamento com sua mãe e agora precisa endireitar tudo, no pouco tempo de vida que resta dela. Um filme sensível, muito triste em diversos aspectos e ao mesmo assim grande cinema. Revendo deu saudades de um tempo em que o cinema americano investia bem mais nesses dramas edificantes da alma humana. São filmes que nos fazem crescer como seres humanos. Um espetáculo cinematográfico em todos os sentidos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Harry & Sally - Feitos um Para o Outro

Título no Brasil: Harry & Sally - Feitos um Para o Outro
Título Original: When Harry Met Sally...
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Nora Ephron
Elenco: Billy Crystal, Meg Ryan, Carrie Fisher, Bruno Kirby 

Sinopse:
Por mero acaso Harry (Billy Crystal) acaba encontrando Sally (Ryan) numa viagem. Eles se conhecem superficialmente do passado. Ela não vai muito com sua cara, pois Harry é expansivo e fala pelos cotovelos. Porém, conforme o tempo passa eles acabam se tornando grandes amigos, numa amizade que vai crescendo conforme as desilusões amorosas de ambos vão se acumulando. Sempre frustrados no amor, eles levam algum tempo para entender que são mesmo feitos um para o outro.

Comentários:
Fazia muitos anos que tinha assistido pela última vez. Então, numa dessas madrugadas da vida, acabei esbarrando no filme. Sem nada para fazer fui revendo sem muito compromisso e então de repente o revi praticamente todo. É uma comédia romântica que ainda mantém seu charme intacto. O roteiro é de fato muito primoroso em explorar a chamada friendzone, a zona limite que separa a amizade do amor. Os dois personagens principais possuem tudo em comum, inclusive gostos pessoais (a cena em que ambos assistem a uma antiga fita de romance na TV enquanto conversam ao telefone mostra bem isso), mas apesar de tudo a favor não conseguem enxergar que sua alma gêmea está bem diante de seu nariz. Billy Crystal se apoia em seu carisma habitual, ora como um sujeito meio inconveniente, ora como um ombro amigo. Meg Ryan está linda, jovem e muito carismática também. É uma pena que a atriz não tenha envelhecido com elegância, pois ao invés de assumir suas marcas do tempo, partiu para uma série de cirurgias plásticas desastrosas que destruiu seu belo rosto. De qualquer maneira "Harry & Sally - Feitos um Para o Outro" resistiu muito bem ao tempo. Sem dúvida deixará muitas saudades de quem o viu na época, em um tempo onde todos eram jovens, bonitos e felizes.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de novembro de 2023

Em Algum Lugar do Passado

Título no Brasil: Em Algum Lugar do Passado
Título Original: Somewhere in Time
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jeannot Szwarc
Roteiro: Richard Matheson
Elenco: Christopher Reeve, Jane Seymour, Christopher Plummer, Teresa Wright

Sinopse:
"Em Algum Lugar do Passado" narra a estória de Richard Collier (Christopher Reeve), um escritor que volta ao passado para encontrar o amor de sua vida. Indicado ao Oscar de Melhor Figurino. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora Original para John Barry.

Comentários:
O maior medo de um ator é ficar marcado para sempre por  um único papel. Christopher Reeve tinha receios de nunca mais conseguir se desvincilhar de Superman. Para quem não sabe ele não era apenas um intérprete com ótimo visual. Era um profissional de nível, tendo se formado numa das mais prestigiosas escolas de arte dramática dos EUA, a Juilliard, que possui um dos mais rigorosos exames de admissão de todo o país. Para um ator tão talentoso era natural que ele procurasse desenvolver cada vez mais seu potencial. Desse modo quando surgiu a oportunidade de fazer "Em Algum Lugar do Passado" ele não deixou passar a oportunidade. O roteiro era baseado no romance de Richard Matheson, um autor muito eclético que conseguia produzir bem em vários gêneros diferentes. Matheson, por exemplo, escreveu também "A Casa da Noite Eterna", um clássico do terror e "O Incrível Homem Que Encolheu", outra obra prima da fantasia e Sci-Fi. Na trama, muito romântica e lírica, acompanhamos a estória de Richard Collier (Christopher Reeve). um escritor que volta ao passado para encontrar o amor de sua vida. Lida assim a sinopse parece bem surreal e sem muito sentido mas no filme funciona maravilhosamente bem. Afinal quem não gostaria de voltar no tempo para reencontrar a mulher que ama?

O elenco de "Em Algum Lugar do Passado" é maravilhoso. Além de Reeve, ótimo em cena por sinal, ainda tínhamos a bela Jane Seymour e o excelente e talentoso Christopher Plummer em uma de suas atuações mais sensíveis. Como se não bastasse tantas qualidades a trilha sonora marcou época, fazendo com que muitos casais apaixonados saíssem de mãos dadas do cinema com o lindo tema de Rachamaninoff ainda ecoando em seus ouvidos. Até hoje a obra é a preferida de seu diretor, o argentino Jeannot Szwarc que nunca mais dirigiu nada parecido com o filme, tendo se dedicado depois a outros gêneros, em especial à ficção e adaptações de quadrinhos para o cinema e a TV (dirigiu por exemplo Supergirl e anos depois Smallville, a bem sucedida série sobre Superman em seus primeiros anos). Em suma, se é uma linda estória romântica que você procura então pode assistir "Em Algum Lugar do Passado" sem receios. É um dos filmes mais românticos e ternos da história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Quase Famosos

Título no Brasil: Quase Famosos
Título Original: Almost Famous
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, DreamWorks SKG
Direção: Cameron Crowe
Roteiro: Cameron Crowe
Elenco:  Billy Crudup, Frances McDormand, Kate Hudson, Philip Seymour Hoffman

Sinopse: Um garoto de apenas 15 anos realiza o sonho de qualquer jovem de sua idade: cobrir a excursão de uma banda de rock durante os anos 70. Contratado pela famosa revista Rolling Stone ele coloca o pé na estrada ao lado de músicos, empresários e tietes e vivencia na pele os loucos anos da história do rock americano.

Comentários:
Sim, faz bastante tempo, mas me lembro bem do lançamento desse "Almost Famous". Na época o filme foi mais do que badalado. Também pudera, o cineasta Cameron Crowe virou o queridinho da mídia e do jornalismo que se achava mais descolado. No auge do exagero chegaram a chamar Crowe de "gênio da nova geração". Como sou muito precavido desses arroubos da imprensa - sempre indo atrás da última modinha - resolvi esperar para crer. Não há como negar que " Quase Famosos" é um bom filme. O mesmo se aplica a "Jerry Maguire" e "Vida de Solteiro". O mesmo não se pode dizer porém de coisas como "Tudo Acontece em Elizabethtown" e "Compramos Um Zoológico". Trocando em miúdos: Crowe é um diretor interessante? Sim, claro. É um gênio da sétima arte? Não, faça-me o favor... Assim deixando as bobagens da mídia de lado vamos analisar o filme sem exageros. O roteiro é de fato acima da média (levemente inspirado na própria vida de Crowe) e o elenco como um todo está muito bem (com destaque para Frances McDormand, Kate Hudson e Philip Seymour Hoffman). Obviamente que quem gosta de Rock vai apreciar muito mais, afinal o filme passeia com desenvoltura dentro do cenário musical das bandas dos anos 70. Mas fora isso não há como qualificar "Quase Famosos" como excepcional ou obra prima. Assista, ignore as opiniões mais ufanistas e descabeladas e o mais importante de tudo, divirta-se sem maiores compromissos. Quer algo mais rock ´n´ roll do que isso?

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de novembro de 2023

A Garota no Trem

Título no Brasil: A Garota no Trem
Título Original: The Girl on the Train
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Erin Cressida Wilson
Elenco: Emily Blunt, Haley Bennett, Rebecca Ferguson, Lisa Kudrow
  
Sinopse:
Após ser abandonada pelo marido, Rachel (Emily Blunt) entra em uma crise depressiva e autodestrutiva. Todas as manhãs ela pega o trem em direção a Nova Iorque e passa bem em frente a sua antiga casa. Seu ex-marido vive com uma nova mulher, tem um filho recém-nascido e parece feliz. Isso acaba destruindo ainda mais a auto estima e o amor próprio de Rachel. Ela se torna inconveniente, invasiva e começa a beber demais. O que ela jamais poderia esperar é acabar se envolvendo em um caso de assassinato e crime. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Emily Blunt).

Comentários:
Eu esperava por outro tipo de filme quando comecei a assistir a esse "A Garota no Trem". Como não havia praticamente lido nada sobre ele pensei tratar-se de um drama existencial sobre a infelicidade de uma mulher apaixonada que fora trocada por outra, vendo sua vida praticamente ser destruída por isso. Também esperava por um roteiro que explorasse mais a fundo o alcoolismo da personagem principal. Em poucas palavras, esperava por um filme dramático, com tintas pesadas sobre o fracasso pessoal. Não é bem isso o que encontrei. Sim, a personagem foi traída, colocada de lado e tem problemas com bebidas. Isso é um fato, só que o roteiro não está concentrado apenas nisso. Na verdade tudo o que se vê em torno desse tipo de construção da protagonista é apenas um pano de fundo, um aspecto secundário, do que o argumento está mesmo interessado. Sob esse ponto de vista o filme não é um drama, mas um thriller de suspense apoiado em um assassinato e na busca da verdadeira identidade do próprio assassino. Para ser sincero essa escolha achei até muito banal.

Como é de se esperar nesse tipo de suspense a premissa mais desenvolvida pelos roteiristas se resume em deixar uma série de pistas falsas no meio da investigação para confundir o espectador. Uma hora ele pensará que o personagem A é o assassino, para depois entender que quem cometeu o crime foi B. Esse tipo de fórmula se desgastou muito nos últimos anos. Não traz nada de novo. Além disso o tal mistério nem é tão complicado de descobrir... Se você for atento o suficiente conseguirá descobrir a verdadeira identidade do assassino (ou assassina) com antecedência. Assim a minha impressão foi essa mesma, a de leve decepção. "A Garota do Trem" poderia ser um ótimo drama sobre relacionamentos fracassados e a impossibilidade que certas pessoas possuem de fechar as portas do passado atrás de si para sempre. O roteiro porém ignorou isso e foi por um caminho muito mais fácil e bem mais banal.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Uma Linda Mulher

Título no Brasil: Uma Linda Mulher
Título Original: Pretty Woman
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Garry Marshall
Roteiro: J.F. Lawton
Elenco: Richard Gere, Julia Roberts, Jason Alexander

Sinopse:
Edward Lewis (Richard Gere) é um sujeito bonitão e milionário que resolve contratar os serviços de uma bonita acompanhante, a carismática Vivian Ward (Julia Roberts), durante uma viagem a Los Angeles. O que começa como um programa casual e sem maiores envolvimentos emocionais, logo se torna algo mais. Edward e Vivian desenvolvem uma forte atração que imediatamente ultrapassa a linha que separa um mero cliente de sua "prestadora de serviços". Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Julia Roberts).

Comentários:
Uma das comédias românticas mais queridas do cinema americano, até os dias de hoje. De fato é um conto de fadas moderno que não se preocupe e nem tem vergonha em abraçar um caráter nitidamente de fábula. A personagem de Julia Roberts é uma garota de programa, uma acompanhante, que encontra o príncipe encantado, um sujeito com o charme do Richard Gere, isso literalmente falando. Ele então será aquele que vai lhe salvar daquela vida e daquela dureza. Curiosamente nem o próprio estúdio acreditava na produção que foi lançada em uma temporada considerada de baixa no cinema americano, quando o mercado não é muito competitivo e as bilheterias são fracas. Quase um tapa buraco nas salas de cinema. Rapidamente porém o filme foi agradando e caindo na propaganda boca a boca, considerada a grande impulsionadora de bilheterias. O resultado todos sabemos, a fita que antes era desacreditada e sem maiores pretensões acabou virando um enorme sucesso de bilheteria, revivendo inclusive a carreira do decadente Richard Gere que vinha tão em baixa que já nem mais escolhia os filmes em que iria estrelar. E também transformou Julia Roberts em uma estrela. Revisto hoje em dia "Pretty Woman" ficou um pouco datado, mas o charme e o enredo atrativo ainda cativa, principalmente as mulheres que mesmo adultas ainda sonham com a chegada do príncipe em seu cavalo branco. E além disso quem pode resistir a essa trilha sonora maravilhosa? Impossível não se embalar com o grande hit cantado por Roy Orbison. Assista e se encante mais uma vez.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de novembro de 2023

Diário de um Adolescente

Título no Brasil: Diário de um Adolescente
Título Original: The Basketball Diaries
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Scott Kalvert
Roteiro: Bryan Goluboff
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Wahlberg, Lorraine Bracco, Marilyn Sokol, James Madio, Patrick McGaw

Sinopse:
Adaptação cinematográfica do livro escrito por Jim Carroll. Durante a década de 1960, esse escritor, ainda adolescente, afundou no mundo das drogas. Para manter o vício em heroína, passou a cometer crimes como furtos e roubos. E acabou entrando no submundo de Nova Iorque.

Comentários:
Muitos anos antes de Titanic, o ator Leonardo DiCaprio já estrelava filmes excelentes. Quer um exemplo dessa fase de sua carreira? Temos aqui um exemplo perfeito. O filme não foi um sucesso de bilheteria na época em que foi lançado. Na realidade, era praticamente um filme independente, feito com pouco mais de 2 milhões de dólares. Mesmo assim, se destacava porque a história que contava era extremamente importante. Era uma mensagem para os adolescentes que poderiam cair no mundo das drogas pesadas. Tudo o que se vê no filme é autobiográfico e realmente aconteceu de fato com o escritor que escreveu o livro original que deu origem ao roteiro desse filme. A cidade de Nova Iorque surge aqui como um lugar sujo e cheio de criminalidade. E o protagonista transita entre o mundo do basquete colegial, onde ele se dava muito bem e o mundo das drogas, onde ele afundava cada vez mais. É seguramente um dos melhores filmes da carreira de Leonardo DiCaprio. E isso em uma época em que ele era apenas uma adolescente promissor no mundo do cinema!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O Bunker

Título no Brasil: O Bunker
Título Original: The Bunker, Le Bunker
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Société Française de Production
Direção: George Schaefer
Roteiro: John Gay, James P. O'Donnell
Elenco: Anthony Hopkins, Richard Jordan, Cliff Gorman

Sinopse: 
Nos últimos dias da II Guerra Mundial o ditador nazista Adolf Hitler (Anthony Hopkins) não consegue mais sair de seu bunker pessoal em Berlim. No oeste os americanos avançam cada vez mais e no leste os russos derrotam os últimos focos de resistência alemão. Com as tropas soviéticas prestes a adentrar o limite da cidade símbolo do Terceiro Reich, Hitler toma as suas últimas decisões no poder.

Comentários:
Esse "O Bunker" foi um filme feito em 1981 para a TV contando os últimos momentos de Hitler antes da queda final de seu Terceiro Reich (que em suas palavras deveria durar mil anos!). A ação se passa em Berlim, durante os momentos finais da invasão russa na cidade. A história é a mesma de "A Queda", aquele conhecido filme sobre o fim de Hitler. Sem dúvida o grande atrativo aqui é a presença de Anthony Hopkins, um dos grandes atores da história do cinema, no papel de Hitler. Obviamente que duas produções sobre o mesmo tema acabaria gerando comparações. O Hitler de Hopkins é bem mais sereno, doentio, com tremores e um constante olhar vidrado, sempre perdido, sem direção. Não é tão furioso como o do outro filme. Em certo sentido até conseguimos nos comover com a situação extrema pelo qual ele passa. Afinal não havia mais nenhuma esperança. Era apenas uma questão de tempo e como todos sabemos o ditador preferiu se matar do que cair nas mãos do exército vermelho enfurecido que estava em sua busca. Anthony Hopkins consegue assim humanizar um dos maiores tiranos da história. Maior prova de seu talento não há. Enfim, fica a recomendação desse telefilme pouco visto mas que vale muito a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

A Queda

Outro ótimo filme da safra de 2004 foi essa produção alemã chamada "Der Untergang" (A Queda, no Brasil). Durante muitos anos o nazismo foi uma verdadeira ferida aberta na alma do povo alemão. Só depois de décadas é que finalmente foi produzido um grande filme naquele país retratando os momentos finais da vida do ditador Adolf Hitler (interpretado de forma brilhante pelo talentoso ator Bruno Ganz). Em seu bunker, cercado por tropas inimigas soviéticas por todos os lados, prestes a entrar em Berlim, Hitler vê seu outrora magnífico Reich, que deveria durar mil anos, se desfarelar diante de seus olhos. O interessante nesse roteiro, que foi escrito baseado em relatos reais de pessoas que estiveram dentro do covil do lobo ao lado de seu Führer, foi mostrar as reações do infame ditador diante do fim de seus planos megalomaníacos de dominação mundial. ´

O curioso é que Hitler realmente foi até o fim, ao limite, só resolvendo se matar, colocando um fim em sua própria vida, quando as tropas russas estavam praticamente na esquina de seu bunker, o refúgio que era considerado impenetrável pelos líderes nazistas na época. Dando ordens à batalhões de um exército que já não existia mais, por ter sido aniquilado no front de guerra, o ditador não perdia sua insana maneira de enxergar a realidade ao seu redor. Sofrendo de delírios visuais, culpando o povo alemão por sua queda, a quem sentenciou que deveria ser devorado nas chamas do inimigo, "A Queda" explora como poucos filmes a mente de um sujeito que levou milhões de pessoas à morte, em um dos conflitos mais sangrentos da história. Assista e tente entender a loucura que dominou Hitler e seus asseclas durante a II Guerra Mundial.

A Queda - As Últimas Horas de Hitler (Der Untergang, Alemanha, Austria, Itália, 2004) Direção: Oliver Hirschbiegel / Roteiro: Bernd Eichinger, Joachim Fest/ Elenco: Bruno Ganz, Alexandra Maria Lara, Ulrich Matthes / Sinopse: O filme recria os últimos momentos de Hitler, antes da queda definitiva de seu III Reich. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Filme vencedor do European Film Awards na categoria de Melhor Ator (Bruno Ganz).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Adeus, Minha Rainha

Título no Brasil: Adeus, Minha Rainha
Título Original: Les Adieux à la Reine
Ano de Produção: 2012
País: França, Espanha
Estúdio: GMT Productions, Les Films du Lendemain
Direção: Benoît Jacquot
Roteiro: Benoît Jacquot, Gilles Taurand
Elenco: Léa Seydoux, Diane Kruger, Virginie Ledoyen, Xavier Beauvois, Michel Robin
  
Sinopse:
Nos últimos dias de reinado do Rei Louis XVI, a rainha Marie Antoinette (Diane Kruger) tenta organizar sua fuga para a Áustria, sua terra natal. Dentro do Palácio de Versailles a movimentação se torna intensa, com a nobreza tentando escapar com vida da Revolução Francesa, tudo sendo visto sob a ótica de uma criada da rainha, a jovem Agathe-Sidonie Laborde (Léa Seydoux). Filme indicado ao Urso de Ouro no Berlin International Film Festival e vencedor do César Awards nas categorias de Melhor Fotografia (Romain Winding), Melhor Figurino (Christian Gasc) e Melhor Desenho de Produção (Romain Winding).

Comentários:
Esse é mais um filme que explora a figura da última rainha da França, Marie Antoinette. Muito badalado em seu lançamento essa produção tem aspectos positivos e negativos. Um dos seus maiores atrativos vem do fato de ter sido rodado nas locações reais onde tudo aconteceu, no Chateau de Versailles e no Le Trianon, o pequeno palacete privado e pessoal da Rainha. Apesar disso, de ter tido essa honraria de filmar em lugares tão especiais, o diretor Benoît Jacquot não conseguiu aproveitar bem isso em cena. Percebe-se que apesar de ter sido rodado em lugares tão exuberantes (o que custou grande parte do orçamento do filme), o filme nunca se torna especialmente belo. Muitas vezes o cineasta priorizou os closes e não os ambientes abertos, perdendo muito potencial. O roteiro explora um antigo boato, a de que a rainha teria uma paixão lésbica pela duquesa Gabrielle de Polignac (Virginie Ledoyen), uma fofoca que nunca conseguiu ser provada por historiadores. No filme isso surge como um fato. A rainha sofre mais pela separação de sua amada, do que por propriamente perder seu poder. Marie Antoinette é interpretada pela atriz alemã Diane Kruger (da série "The Bridge"). Ela não é parecida fisicamente com a verdadeira rainha, nem tem o tipo de personalidade adequada para interpretá-la. A rainha era pequenina, de gestos finos, Kruger tem uma presença mais opulenta, é alta demais, o que prejudica o filme como um todo. O roteiro tenta compensar isso realçando o lado mais frívolo de Antoinette, mas não funciona muito bem. A atriz Léa Seydoux interpreta a verdadeira protagonista do filme, a de uma criada da rainha. Ela seria a incumbida de ler livros importantes para Marie Antoinette, pois a rainha era conhecida por não gostar muito de ler, embora tivesse uma das melhores bibliotecas do mundo ao seu dispor. No saldo final temos que reconhecer que "Les Adieux à la Reine" tinha muito potencial, mas tudo fica de certa forma pelo meio do caminho. Poderia ter sido um filme bem melhor.

Pablo Aluísio.