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sábado, 18 de novembro de 2023

A Garota no Trem

Título no Brasil: A Garota no Trem
Título Original: The Girl on the Train
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Erin Cressida Wilson
Elenco: Emily Blunt, Haley Bennett, Rebecca Ferguson, Lisa Kudrow
  
Sinopse:
Após ser abandonada pelo marido, Rachel (Emily Blunt) entra em uma crise depressiva e autodestrutiva. Todas as manhãs ela pega o trem em direção a Nova Iorque e passa bem em frente a sua antiga casa. Seu ex-marido vive com uma nova mulher, tem um filho recém-nascido e parece feliz. Isso acaba destruindo ainda mais a auto estima e o amor próprio de Rachel. Ela se torna inconveniente, invasiva e começa a beber demais. O que ela jamais poderia esperar é acabar se envolvendo em um caso de assassinato e crime. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Emily Blunt).

Comentários:
Eu esperava por outro tipo de filme quando comecei a assistir a esse "A Garota no Trem". Como não havia praticamente lido nada sobre ele pensei tratar-se de um drama existencial sobre a infelicidade de uma mulher apaixonada que fora trocada por outra, vendo sua vida praticamente ser destruída por isso. Também esperava por um roteiro que explorasse mais a fundo o alcoolismo da personagem principal. Em poucas palavras, esperava por um filme dramático, com tintas pesadas sobre o fracasso pessoal. Não é bem isso o que encontrei. Sim, a personagem foi traída, colocada de lado e tem problemas com bebidas. Isso é um fato, só que o roteiro não está concentrado apenas nisso. Na verdade tudo o que se vê em torno desse tipo de construção da protagonista é apenas um pano de fundo, um aspecto secundário, do que o argumento está mesmo interessado. Sob esse ponto de vista o filme não é um drama, mas um thriller de suspense apoiado em um assassinato e na busca da verdadeira identidade do próprio assassino. Para ser sincero essa escolha achei até muito banal.

Como é de se esperar nesse tipo de suspense a premissa mais desenvolvida pelos roteiristas se resume em deixar uma série de pistas falsas no meio da investigação para confundir o espectador. Uma hora ele pensará que o personagem A é o assassino, para depois entender que quem cometeu o crime foi B. Esse tipo de fórmula se desgastou muito nos últimos anos. Não traz nada de novo. Além disso o tal mistério nem é tão complicado de descobrir... Se você for atento o suficiente conseguirá descobrir a verdadeira identidade do assassino (ou assassina) com antecedência. Assim a minha impressão foi essa mesma, a de leve decepção. "A Garota do Trem" poderia ser um ótimo drama sobre relacionamentos fracassados e a impossibilidade que certas pessoas possuem de fechar as portas do passado atrás de si para sempre. O roteiro porém ignorou isso e foi por um caminho muito mais fácil e bem mais banal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de junho de 2023

A Jovem Rainha Vitória

Vitória foi uma das monarcas mais importantes da história inglesa. Seu reinado foi um dos mais longos que se tem notícia, indo de 1837 a 1901 e marcou o apogeu do império britânico. O século em que reinou ficou conhecido como "A Era Vitoriana". Tanta importância e esplendor já rendeu muitos filmes, livros e documentários mas agora com esse "A Jovem Rainha Vitória" tentou-se fazer algo diferente. Ao invés de retratar a rainha no auge de sua glória os produtores optaram por mostrar seus primeiros anos, ainda jovem e mocinha, envolvida com amores próprios da idade. Tudo embalado em uma produção digna de uma rainha - lindos cenários, muito luxo e figurinos deslumbrantes. O maior problema do filme parece ser justamente o fato de se focar em um dos períodos menos interessantes da nobre pois não há, para falar a verdade, algo realmente marcante na trama do filme. A Vitória que surge em cena está mais preocupada em arranjar um namorado e ir em bailes de gala do que qualquer outra coisa. Nenhuma intriga palaciana surge em cena e o roteiro passa longe de explorar o clima político de sua época. Além disso Vitória é uma garota do século XIX que parece ter idéias avançadas demais para o contexto histórico em que viveu. 

Os roteiristas ignoraram o fato dela ter sido uma das monarcas mais conservadoras da Inglaterra, o que certamente não se ajusta muito bem com a Vitória "moderninha" que surge em cena. O ponto positivo de "A Jovem Rainha Vitória" é certamente o seu elenco. A britânica Emily Blunt se sai bem. Sua interpretação está no tom correto, embora a corte inglesa fosse mais solene e formal da que vemos no filme. Paul Bettany também está bem, inspirado e marcando boa presença. Seu Lord Melbourne é certamente uma das melhores coisas de "The Young Victoria". Curiosamente para um filme tão britânico escalaram um estrangeiro para a direção, o canadense Jean-Marc Vallée. A escolha desagradou alguns jornalistas ingleses e eles tem certa razão em reclamar, uma vez que provavelmente um cineasta do país poderia ter um olhar mais familiar e próximo com a sua realeza britânica. De qualquer forma o produto final não é ruim. Tem sua dose de erros históricos como explicados aqui, mas como entretenimento até pode funcionar. Não é historicamente correto e macula de certa forma a história real dos fatos. Para os que gostam de produções de luxo, com muito romance e cenas de enamorados adolescentes pode até se tornar uma boa opção. Já para os que querem saber mais sobre a Rainha Vitória recomendamos mesmo uma boa visita à biblioteca mais próxima. Será mais instrutivo e esclarecedor certamente. 

A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria, Inglaterra, Alemanha, 2009) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent / Sinopse: O filme narra a adolescência e juventude de Alexandrina Victoria que se tornaria a famosa monarca inglesa Rainha Vitória. Governando durante praticamente todo um século ela reinou em uma época de ouro para o império britânico em seu auge de esplendor e glória.  

Pablo Aluísio.