quarta-feira, 25 de setembro de 2024

O Que Será de Nozes?

Título no Brasil: O Que Será de Nozes?
Título Original: The Nut Job
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, Canadá, Coréia do Sul
Estúdio: Gulfstream Pictures
Direção: Peter Lepeniotis
Roteiro: Lorne Cameron, Peter Lepeniotis,
Elenco: Will Arnett, Brendan Fraser, Liam Neeson, Katherine Heigl 

Sinopse:
Surly (Will Arnett) é um esquilo esperto, mas individualista, que após uma confusão com um carrinho em seu parque acaba ocasionando a destruição de todo o depósito de comida dos bichinhos da região onde mora. Banido do parque ele precisa agora se virar na cidade grande, algo que não será nada fácil. Filme indicado ao prêmio da Canadian Cinema Editors Awards na categoria melhor edição em animação.

Comentários:
Essa pequena animação, uma produção conjunta entre três países - Estados Unidos, Canadá e Coréia do Sul - surpreende não por sua qualidade técnica ou pelo roteiro, mas sim pelo quarteto de astros do cinema americano que reuniu! Imagine ouvir dublando os esquilos esse grupo de atores e atrizes populares de Hollywood, a começar pelos comediantes Will Arnett (bastante conhecido nos Estados Unidos pelo programa Saturday Night Live), Brendan Fraser (nosso velho conhecido da franquia "A Múmia" e tantos outros filmes). Completando temos o herói de ação Liam Neeson (complicado entender o que estaria fazendo aqui) e Katherine Heigl (estrela de Grey´s Anatomy, tentando se agarrar ao cinema após alguns fracassos em seu gênero preferido, a das comédias românticas). Alguns observadores mais cínicos poderia até dizer que todos eles estão de alguma forma em declínio na carreira, mas isso seria apenas parte da verdade uma vez que participar de animações no mercado americano não é sinônimo de decadência artística. De uma forma ou outra, se concentrando apenas no filme em si, temos que chamar a atenção para o fato de que não é das animações mais inspiradas ou talentosas. O traço lembra animações tradicionais mais antigas, embora tenha sido realizado por computação gráfica. No geral o resultado final se mostra apenas mediano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Os Irmãos Cara de Pau 2000

Título no Brasil: Os Irmãos Cara de Pau 2000
Título Original: Blues Brothers 2000
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Landis
Roteiro: Dan Aykroyd, John Landis
Elenco: Dan Aykroyd, John Goodman, Walter Levine

Sinopse:
Após os acontecimentos do primeiro filme, Elwood Blues (Dan Aykroyd) fica por quase duas décadas atrás das grades. Seu irmão Jake (Belushi) está morto, mas Elwood entende que a velha chama não pode se apagar. Resolve se unir a um amigo, Mack (John Goodman), para ressuscitar sua velha banda de blues. Será que dará certo? Indicado na categoria Melhor Edição de Som no prêmio da Motion Picture Sound Editors.

Comentários:
Tentativa muito mal sucedida de trazer de volta os ótimos Blues Brothers de volta às telas de cinema. Um projeto como esse jamais daria certo por um motivo muito simples: não havia mais como retomar algo assim sem a presença de John Belushi que havia morrido tragicamente alguns anos antes. Sem Belushi os Blue Brothers simplesmente não existiam mais. Tirando as devidas proporções era algo como recriar os Beatles sem John Lennon! Não dá, é impossível. Infelizmente o cabeça dura do Dan Aykroyd não entendeu isso e quis levar o filme de todo jeito, passando por cima de tudo. Contratou o amigo John Goodman para contrabalançar a ausência de Belushi e tentou, tinha planos de ser um sucesso mas... era de fato a crônica de uma morte anunciada! O filme foi um tremendo fracasso de bilheteria, um desastre comercial que inclusive afundou a carreira do ótimo cineasta John Landis! O próprio Dan Aykroyd também saiu chamuscado! Bom, teimosia muitas vezes resulta nisso! Fica a lição então.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A Chave Mestra

Título no Brasil: A Chave Mestra
Título Original: The Skeleton Key
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Iain Softley
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Kate Hudson, Gena Rowlands, John Hurt, Peter Sarsgaard

Sinopse: 
A jovem Caroline Ellis (Kate Hudson) ajuda doentes terminais. Ela pretende formar uma reserva de dinheiro para assim realizar o sonho de se formar em enfermagem. Um de seus clientes, Ben Devereaux (John Hurt) a contrata. Ele mora em New Orleans, um lugar conhecido pelas feitiçarias das práticas vodus. Caroline porém não acredita em nada disso pois se considera uma garota racional. Seu ceticismo porém será colocado à prova diante de alguns acontecimentos inexplicáveis que começarão a surgir ao seu redor.

Comentários: 
Gostei desse filme por vários motivos, um deles foi a ambientação e o clima que foi montado em torno do enredo. Tudo muito sombrio, misterioso e sinistro. Outro aspecto que me atraiu bastante foi a boa presença da Kate Hudson e do John Hurt. São diferentes tipos de profissionais. A primeira como atriz ainda está se formando, já Hurt é um ator de talento consagrado. Ambos estão muito bem em seus personagens. De uma forma ou outra pelo menos as coisas se encaixaram e o resultado foi satisfatório. É um terror dos bons - e sim, consegue causar medo mesmo no espectador, afinal New Orleans nunca esteve tão assustadora como aqui. O roteiro mostra aspectos das religiões afro-americanas que vão soar bem familiares aos brasileiros em geral. New Orleans é uma cidade diferente dentro daquele país com cultura, religião e aspectos sociais bem particulares. O roteiro acertou em cheio ao explorar essa diversidade de crenças na cidade mais singular dos Estados Unidos. O resultado é muito bom!

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Não Tenho Troco

Título no Brasil: Não Tenho Troco
Título Original: Quick Change
Ano de Lançamento: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Franklin, Bill Murray
Roteiro: Jay Cronley, Howard Franklin
Elenco: Bill Murray, Geena Davis, Randy Quaid, Jason Roberts

Sinopse:
Três vigaristas, ladrões de bancos, conseguem pegar o dinheiro roubado de uma agência da cidade, mas se enrolam completamente para conseguir fugir da cidade, que parece não ter fim e nem saída para sua tão almejada fuga! E para piorar ainda mais a situação, os policiais estão seguindo as pistas para colocar todos eles atrás das grades! 

Comentários:
Com o sucesso de "Os Caça-Fantasmas" o ator e comediante Bill Murray ganhou cacife suficiente para estrelar seus próprios filmes. Esse foi um deles, lançado bem na onda do grande sucesso comercial do filme anterior. É até uma boa comédia, com bons momentos e chegou a ser um sucesso comercial nas locadoras de vídeo, embora no cinema não tenha ido bem de bilheteria. Um fato curioso aconteceu nas filmagens, quando Murray se recusou a se vestir de palhaço. O estúdio teve que ameaçar um processo milionário contra ele para finalmente vestir o figurino e usar a maquiagem de circo para fazer as cenas. Virou um tipo de piada e depois os próprios produtores resolveram sacanear ele ainda mais, usando sua imagem de palhaço no poster do filme! Nunca mais ele iria reclamar desse tipo de coisa, até porque nunca fez muito sentido. Todos os comediantes e atores que vivem do humor são herdeiros da tradição circense, onde o palhaço sempre foi um dos maiores ícones. Então o Bill Murray tinha mesmo que baixar a bola e parar de fazer palhaçada no set... no bom sentido, claro! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Minhas Mães e Meu Pai

"Minhas Mães e Meu Pai" é uma tentativa do cinema americano de entender as novas relações sociais e familiares que se disseminaram na sociedade atual. Aquela velha estrutura do pai dominador e da mãe submissa em um lar tradicional hoje em dia tem suas bases abaladas. A família monoparental, os laços homoafetivos e as diversas entidades familiares de pais divorciados que se formam novas famílias tem colocado por terra o modelo conservador de família ao qual os mais velhos se habituaram. A estória do filme reflete bem os meios alternativos de relacionamentos em que vivemos nos dias de hoje. O núcleo central do roteiro é formado por um casal de lésbicas, interpretadas com muito brilho por Julianne Moore e Annette Bening. Juntas elas tentam criar um casal de adolescentes, Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson). O pai biológico de ambos é desconhecido e como estão prestes a entrar na universidade, o que lhes dará um novo rumo em suas vidas, decidem descobrir quem ele é, o que faz da vida, o que pensa. A procura pelo pai ausente acaba abalando a harmonia familiar de todos eles.

O curioso é que o filme não tenta criar dramalhões desnecessários em sua trama central. As mães não são retratadas como pessoas com algum tipo de problema comportamental ou algo do tipo. Pelo contrário, são mulheres normais, donas de seus destinos, produtivas em sua comunidade. Essa visão é um dos pontos mais positivos do roteiro pois mostra um casal homoafetivo sem qualquer estigma ou preconceito. Afora o fato de serem lésbicas e de seus filhos desejarem conhecer seu pai biológico que apenas doou seu material genético para o nascimento dos filhos, não há nada de anormal ou bizarro na família mostrada no filme. "Minhas Mães e Meu Pai" nasceu para um público pequeno, setorizado, mas logo chamou a atenção da crítica americana. Levado pela propaganda boca a boca a produção também foi contabilizando ótima bilheteria. O mais surpreendente é que acabou sendo indicado aos principais prêmios da Academia, entre eles Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. A dupla central de atrizes também foi indicada aos principais prêmios, sendo que Annette Bening acabou vencendo na categoria Melhor Atriz no prestigiado Globo de Ouro. Em conclusão aqui está uma ótima produção, leve, divertida e socialmente consciente, que tenta entender os rumos que a família como entidade principal da sociedade vem tomando. Está mais do que indicado.

Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right, Estados Unidos, 2010) Direção: Lisa Cholodenko / Roteiro: Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg / Elenco: Julianne Moore, Annette Bening, Mark Ruffalo, Mia Wasikowska, Josh Hutcherson / Sinopse: Os dois filhos adolescentes de um casal de lésbicas decide encontrar o paradeiro de seu pai biológico antes que entrem na universidade e suas vidas tomem um novo rumo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

De Volta Para o Futuro II

Título no Brasil: De Volta Para o Futuro II
Título Original: Back to the Future Part II
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Elisabeth Shue, Thomas F. Wilson
  
Sinopse:
De volta para o futuro, o jovem Marty McFly (Michael J. Fox) e o cientista maluco Doc Brown (Lloyd) descobrem que algo inesperado aconteceu no passado, mudando a realidade do presente deles. Eles então percebem que precisam voltar mais uma vez até 1955 para modificar mais uma vez o passado, colocando tudo no caminho certo de uma vez por todas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Ken Ralston, Michael Lantieri, John Bell, Steve Gawley). Também vencedor do BAFTA Awards na mesma categoria.

Comentários:
Na primeira vez que assisti "De Volta Para o Futuro II" não gostei muito. Em minha opinião a metalinguagem do roteiro (onde os personagens entravam nos acontecimentos que vimos no primeiro filme) não funcionou muito bem. Com os anos o filme foi me parecendo bem melhor, embora até hoje considere apenas o primeiro filme da série realmente impecável. O terceiro também foi prejudicado pela falta de ideias novas, além das brincadeiras com o western, que nem sempre funcionavam direito. Aliás ambos os filmes foram rodados de forma simultânea pois a Paramount acreditava tanta na franquia que por questão de aproveitamento de custos resolveu rodar logo as duas sequências uma atrás da outra para maximizar seus lucros. Nesse segundo, como já escrevi, o maior problema vinha mesmo do roteiro que ficou excessivamente truncado. Algo semelhante aconteceu com a franquia do Exterminador do Futuro. Em ambos os casos o que temos é uma ótima ideia, realmente genial, que só funcionava muito bem em apenas um filme. Era realmente tudo muito bem bolado, porém também limitado em termos temporais. Tentar esticar uma trama por si simples para algo expansivo demais acabou de certa maneira esvaziando o que havia de mais criativo nesses filmes. Nesse filme, por exemplo, parte do charme do primeiro filme se foi. Temos dois Marty McFly em cena, o do primeiro filme que volta para 1955 e o segundo que volta lá para impedir que uma coisa importante venha a acontecer, mudando definitivamente os rumos do futuro. Esse segundo McFly fica o tempo todo caracterizado como se fosse um espião, com blusão de couro negro e um tipo de rádio amador portátil (pois é, não existia ainda o celular quando o filme foi realizado). De maneira em geral passa longe da qualidade do primeiro filme, embora seja longe de ser um filme ruim. Ele apenas não funciona tão bem quanto todos estavam esperando.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Sexo Sem Compromisso

Emma Kurtzman (Natalie Portman) é uma jovem médica que certa noite aceita fazer sexo casual com Adam Franklin (Ashton Kutcher) . Embora não queira nada mais além disso o casal acaba se aproximando para algo mais, conforme os encontros vão se sucedendo. Esse foi o primeiro filme com Natalie Portman a ser lançado nos cinemas depois do grande sucesso de "Cisne Negro". Embora tenha sido filmado antes daquele, os produtores resolveram promover seu lançamento apenas após Portman vencer o seu Oscar. Seria afinal de contas uma promoção gratuita pois o nome da atriz não sairia da mídia tão cedo. Pois bem, "Sexo Sem Compromisso" foi muito esperado por tudo isso mas no final das contas foi apenas uma grande decepção para todos - inclusive para os fãs de Portman. Apesar da boa ideia, das possibilidades de se discutir a liberdade sexual da mulher nos dias de hoje, escolhendo livremente com quem sair sem necessariamente precisar sentir culpa sobre isso, "Sexo Sem Compromisso" não consegue passar de uma mera comédia romântica bem açucarada mesmo. O que poderia ser muito instrutivo acaba caindo naquele lugar comum de roteiros melosos e sem inspiração. Bem que Ivan Reitman poderia dirigir algo melhor, com mais relevância, nesse seu retorno às telas. Ao invés disso disponibilizou ao público um produto descartável e esquecível. Uma pena.

Natalie Portman continua linda e carismática. Sua personagem não tem qualquer profundidade ou possibilidade de dar a ela alguma chance de atuar melhor. Sem material bom em mãos não a culpo por no final dar ao seu público apenas uma interpretação de rotina, no controle remoto. De fato esse papel não fará nenhum diferença em sua filmografia. Já Ashton continua o mesmo ator medíocre de sempre, repetindo até a exaustão seu tipo que vem interpretando desde o seriado "That´s 70 Show". Aliás ele só consegue interpretar esse personagem mesmo, do tipo sujeito "meninão abobado" que mesmo envelhecido na idade mais parece um adolescente boboca. Não quero afirmar nada mas me parece que o Ashton no fundo só sabe fazer ele mesmo nas telas. A sensação que tenho é que ele é mais uma celebridade vazia do que um profissional de verdade. Ator não é, pelo visto. Em suma,"Sexo Sem Compromisso" não entrega o que promete. Não é em essência uma boa comédia romântica e nem muito menos desenvolve os bons temas que estão em seu roteiro. No fundo é apenas talento desperdiçado da grande atriz Natalie Portman. Do jeito que ficou o filme é que é sem compromisso, vazio, destituído de qualquer importância. Dispense sem sentimento de culpa.

Sexo Sem Compromisso (No Strings Attached, Estados Unidos, 2011) Direção Ivan Reitman / Roteiro: Elizabeth Meriwether, Michael Samonek / Elenco: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Kevin Kline / Sinopse: Emma Kurtzman (Natalie Portman) é uma jovem médica que certa noite aceita fazer sexo casual com Adam Franklin (Ashton Kutcher) . Embora não queira nada mais além disso o casal acaba se aproximando para algo mais, conforme os encontros vão se sucedendo.

Pablo Aluísio.