sábado, 23 de setembro de 2023

Nunca Te Vi, Sempre Te Amei

Esse é um filme simples, pequeno mas muito charmoso e elegante. Como sempre os tradutores brasileiros fazem lambança ao criar títulos completamente estúpidos em nossa língua. O roteiro não traz uma estória de amor mas sim de amizade. Esse título nacional lembra mais novela mexicana do que um belo conto de amizade e companheirismo no qual é centrado o argumento principal do filme. Tudo gira em torno da amizade que nasce da correspondência entre um vendedor de livros na Inglaterra e uma escritora nova-iorquina.

O charme do filme nasce muito do contraste entre esses personagens. A americana é um tanto disfuncional, fuma, bebe, é solteirona e independente e tem arroubos de ironia e sagacidade. Já o vendedor de livros usados, em mais uma bela interpretação de Anthony Hopkins, é britânico, extremamente educado, cordial, simples, pai de família tradicional. Isso não impede que ambos troquem impressões e confidências sobre suas vidas pessoais. Interessante é que tudo é desenvolvido com muita simplicidade, mostrando acima de tudo a vida de duas pessoas comuns que vão vivendo enquanto mudanças sociais e políticas vão ocorrendo no mundo. Enfim, ótima diversão para pessoas elegantes.

Nunca Te Vi, Sempre Te Amei (84 Charing Cross Road, Estados Unidos, Inglaterra, 1986) Direção: David Jones / Roteiro: Hugh Whitemore baseado no livro de Helene Hanff / Elenco: Anne Bancroft, Anthony Hopkins, Judi Dench, Jean De Baer, Maurice Denham, Eleanor David / Sinopse: Um vendedor de livros na Inglaterra e uma escritora americana em Nova Iorque trocam correspondências durante muitos anos o que faz nascer uma bela amizade entre ambos.

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. "Esse título nacional lembra mais novela mexicana do que um belo conto de amizade"
    Mesmo assim, mais um caso de um poético título nacional que ficou melhor que o original, que numa tradução livre é algo como "um cruzamento carinhoso"? ou na tradução literal "Estrada Cruzada de Charing"

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  2. O título original remete ao endereço da livraria onde o personagem do Anthony Hopkins trabalhava. Visto sob esse angulo nem era tão estranho.

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