sábado, 21 de outubro de 2023

O Rei

A história do Rei Henry V (1386 - 1422) já deu origem a pelo menos dois excelentes filmes no cinema. O primeiro é o clássico de 1944 estrelado por Laurence Olivier. Ele mesmo dirigiu essa peça teatral filmada, uma vez que foi baseada na obra de William Shakespeare. No final dos anos 80 houve outra versão bem conhecida, também baseada na peça do imortal escritor. Dessa vez o monarca foi interpretado por Kenneth Branagh, uma espécie de sucessor de Olivier. Ambos os filmes são considerados obras primas do cinema e adaptações primorosas da obra original de Shakespeare; Filmes impecáveis. Agora, com menos pretensão, a Netflix produziu esse filme que conta a história de Henrique V. Sai o texto mais complexo de Shakespeare e entra um roteiro convencional, com diálogos simples, sem a complexa linguagem do autor. Foi uma boa decisão pois nem todo mundo está preparado para encarar um texto tão rebuscado. Muitas vezes o espectador apenas quer assistir a uma boa reconstituição da verdadeira história medieval.

O Henry que surge nesse filme é um jovem príncipe inconsequente que só pensa em farrear e beber. Sua vida rebelde muda quando seu pai morre. O relacionamento com ele era o pior possível, a tal ponto que ele é tirado da sucessão ao trono pelo seu pai, o Rei Henrique IV. Só que seu irmão também é morto em combate, sobrando apenas Henry dentro da família para subir ao trono. E para surpresa de muitos ele acabou sendo um Rei acima da média. Ele inicialmente procurou pela paz, mas quando essa se tornou impossível com o Reino da França uma guerra em solo francês se tornou inevitável, o que acabou sendo um fato essencial para que esse Rei se tornasse tão querido pelo povo inglês.


Um fato curioso, não mostrado no filme, é que Henry acabou tendo vida breve. Ele morreu durante uma de suas campanhas, no meio do campo de batalha, de causas ainda hoje desconhecidas. A versão oficial é que teria morrido de diarreia, já que os padrões de higiene na Idade Média eram praticamente inexistentes. Já outra versão, mais aceita atualmente por historiadores, afirma que ele foi envenenado por sua própria esposa francesa, a filha do Rei da França que havia derrotado. Pois é, dormir com o inimigo nunca é mesmo uma boa ideia.

O Rei (The King, Inglaterra, Hungria, Austrália, 2019) Direção: David Michôd / Roteiro: Joel Edgerton, David Michôd / Elenco: Timothée Chalamet, Robert Pattinson, Joel Edgerton, Ben Mendelsohn, Thibault de Montalembert, Tom Glynn-Carney, Gábor Czap, Tom Fisher  / Sinopse: O filme conta a história do Rei inglês Henrique V. Subindo ao trono muito jovem precisou lidar com as provocações do Reino da França, algo que culminaria em guerra. Filme produzido pelo ator Brad Pitt.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Instinto Selvagem

Provavelmente seja um dos thrillers eróticos mais conhecidos da história do cinema. O roteiro de Joe Eszterhas já vinha circulando em Hollywood há um bom tempo e despertado interesse de vários estúdios. Após começar um verdadeiro leilão pela venda de seus direitos a Carolco em sociedade com a produtora Canal + finalmente bateram o martelo e o compraram por uma soma substancial – três milhões de dólares – uma das maiores quantias já pagas dentro da indústria americana por um roteiro original. Michael Douglas usando de seu poder dentro de Hollywood logo conseguiu entrar no projeto para interpretar o detetive Nick Curran. Já o principal personagem feminino, a bela Catherine Tramell, se tornou um desafio e tanto. Afinal a atriz que iria interpretá-la tinha que ter o sex appeal perfeito aliado a um certo charme fatal. Conciliar ambas as características não seria nada fácil. Foi aí que Sharon Stone resolveu se candidatar antes mesmo que fosse procurada pelos produtores. Através de contatos conseguiu uma cópia do roteiro e gravou por conta própria um teste de câmera vestida como a sensual personagem. Foi até o diretor Paul Verhoeven e lhe deu a fita dizendo que era a atriz perfeita para o papel. E era mesmo. Não demorou muito para ser finalmente escalada para o personagem que seria o mais popular e icônico de toda a sua carreira.

O filme começa com um misterioso assassinato. Um importante homem de negócios da vida noturna de San Francisco é localizado morto, numa execução com tintas de sadismo e perversão. Logo o policial Nick Curran (Michael Douglas) é designado para investigar a morte do executivo. Seguindo pistas ele chega até a escritora de livros de mistério Catherine Tramell (Sharon Stone). O fato é que o crime cometido tinha enormes semelhanças com uma morte de ficção de um de seus mais populares livros. Além disso a vítima tinha um conhecido romance com a autora. Sensual, provocadora e muito sedutora ela logo joga todo o seu charme no velho tira que não demora a cair de amores pela beldade. Enquanto segue o jogo de sensualidade entre o casal, novas mortes vão surgindo em série mostrando que o policial está inerte, pois se encontra completamente seduzido pela bonita escritora. O filme fez um sucesso estupendo. Sharon Stone no auge da beleza deita e rola (literalmente) usando de todo seu charme para encantar o público masculino. Sua famosa cena quando cruza as pernas, revelando estar sem calcinhas, entrou para o imaginário erótico dos homens que ficaram extasiados. Michael Douglas conseguiu mais um grande sucesso numa fase de muitos êxitos comerciais em sua carreira de ator. O problema é que ele literalmente sumiu ao lado de Sharon Stone. Foi ofuscado completamente pela loira sensual. De qualquer modo o filme marcou muito e se tornou um pequeno clássico moderno. Infelizmente há alguns anos resolveram apelar ao realizaram uma continuação (péssima por sinal). Ignore e reveja o original, simplesmente perfeito em seu resultado final.

Instinto Selvagem (Basic Instinct, Estados Unidos, 1992) Direção: Paul Verhoeven / Roteiro: Joe Eszterhas, Gary L. Goldman / Elenco: Michael Douglas, Sharon Stone, George Dzundza, Jeanne Tripplehorn, Denis Arndt, Leilani Sarelle./ Sinopse: Tira veterano (Michael Douglas) se apaixona por autora de livros de mistério (Sharon Stone) que pode estar relacionada a uma série de mortes em San Francisco. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Atriz para Sharon Stone.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de outubro de 2023

Almas Gêmeas

Outro bom filme que pouca gente se lembra. O curioso é que o filme foi dirigido por Peter Jackson, bem no comecinho de sua carreira. Foi de fato a primeira produção cara, com elenco classe A, dirigida por Jackson em Hollywood. Antes disso ele não tinha feito praticamente nada e só havia chamado discretamente a atenção por causa dos estranhos filmes "Trash - Náusea Total" e "Fome Animal" (apreciados apenas pelos fãs do estilo mais podreira). É até surpreendente que um grande estúdio americano tenha apostado suas fichas em um filme como esse, que seria dirigido por um diretor underground e pouco conhecido fora de seu nicho. Apesar de ter praticamente tudo contra Jackson acabou realizando uma bonita obra de arte, muito surrealista e sensorial. "Heavenly Creatures" tem um estilo bem próprio, que mais parece um longo sonho estilizado.

A direção de arte é muito bonita e criativa e o elenco está muito bem, em especial a atriz Kate Winslet, ainda distante do estouro de "Titanic", que seria realizado alguns anos depois. Interessante também citar que o diretor James Cameron optou por ela justamente por causa desse filme, quem diria. Sua personagem tinha um estilo vitoriano de ser, o que acabou convencendo Cameron na escalação de Winslet no papel de Rose DeWitt Bukater. Já Peter Jackson também iria se consagrar nos anos que viriam, principalmente por causa de uma das franquias mais bem sucedidas da história, "The Lord of the Rings", mas claro que isso é uma outra história...

Almas Gêmeas (Heavenly Creatures, Estados Unidos, 1994) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh / Elenco: Melanie Lynskey, Kate Winslet, Sarah Peirse / Sinopse: Um estranho elo liga duas almas gêmeas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Um Preço Acima dos Rubis

Eu sempre gostei dos filmes da atriz Renée Zellweger. Hoje em dia, como sabemos, ela destruiu sua imagem com uma série desastrosa de cirurgias plásticas que inclusive  mudaram suas feições, o que foi um absurdo completo. Nesse filme aqui, ainda bem, isso ainda não tinha acontecido. Renée Zellweger estava como sempre a conhecemos desde o começo de sua carreira, ou seja, era uma mocinha adorável. O interessante é que se trata de um drama até com tema meio pesado. Bem diferente da linha de seu trabalho na época, que ia de comédias românticas a filmes mais leves. Claro que ela estava mirando em prêmios maiores, como até mesmo o Oscar.

O tema do filme gira em torno de uma jovem mulher da comunidade judaica. Renée Zellweger interpreta Sonia Horowitz. Ela faz parte de uma uma família de judeus ortodoxos. Costumes fechados, rígidos, extremamente conservadores e tradicionais. No fundo ela sempre almejou por maior liberdade, mas como conseguir isso no meio daqueles parentes de costumes tão limitadores? Procurando por um pouco de independência pessoal, ela acaba indo trabalhar na joalheria do cunhado, ao mesmo tempo em que começa a se interessar por um homem latino, fora de seu meio social. Filme muito bom, embora, como já frisei, um pouco pesado, com forte carga dramática. Mesmo assim gostei bastante, principalmente pelos figurinos, pela direção de arte e reconstituição histórica. É um filme do tempo em que a Renée Zellweger ainda não tinha feito o grande erro de sua vida.

Um Preço Acima dos Rubis (A Price Above Rubies, Estados Unidos, 1998) Direção: Boaz Yakin / Roteiro: Boaz Yakin / Elenco: Renée Zellweger, Christopher Eccleston, Julianna Margulies / Sinopse: Jovem judia, nascida e criada numa comunidade fechada de judeus ortodoxos, sonha em ter mais liberdade e independência. Após ir trabalhar na joalheria de um parente acaba se apaixonando por um jovem artista latino. Filme indicado ao prêmio de melhor direção no Deauville Film Festival e melhor atriz (Renée Zellweger) no New York Film Critics Circle Awards.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A Duquesa

Título no Brasil: A Duquesa
Título Original: The Duchess
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures                      
Direção: Saul Dibb
Roteiro: Saul Dibb, Anders Thomas Jensen
Elenco: Keira Knightley, Ralph Fiennes, Charlotte Rampling, Dominic Cooper, Hayley Atwell, Simon McBurney

Sinopse: 
Baseado em fatos reais, o filme narra a história de Georgiana Spencer, nobre inglesa que se destacou por romper com os modelos femininos que se esperavam de uma mulher da nobreza como ela. Casada com o Duque de Devonshire, que estava interessado apenas em um herdeiro, a jovem duquesa resolveu romper os laços mais tradicionais da sociedade britânica da era vitoriana. Roteiro baseado no livro escrito por Amanda Foreman.

Comentários:
Filme muito bom, com excelente reconstituição de época e história mais do que interessante dessa nobre inglesa que estava além de seu tempo. Criada para ser uma dondoca palaciana, para dar um herdeiro ao seu riquíssimo marido e nada mais, ela resolveu ir além. Mulher inteligente se engajou em lutas feministas da época e se aliou ao Partido Liberal, o que era algo completamente escandaloso para uma mulher de sua posição social. Também não se furtou de abraçar suas paixões, se envolvendo inclusive em vários romances extraconjugais já que seu marido, um tanto afetado, não parecia lhe dispensar maior atenção. Outro fato curioso digno de nota é que a verdadeira Georgiana Spencer foi uma das mulheres da família Spencer, linhagem essa que décadas depois daria origem a parte da sucessão ao trono da Inglaterra dos dias atuais, pois uma de suas descendentes foi nada mais, nada menos do que Diana Spencer, a Lady Di, a muito querida pelos ingleses, Princesa Diana. Assim os futuros reis da Inglaterra serão descendentes da revolucionária Georgiana, quem diria! No mais vale registrar elogios para todo o elenco principal. Keira Knightley, Ralph Fiennes e Charlotte Rampling estão perfeitos em cena, recriando todo o clima de sofisticação e refinamento que imperava na casas nobres daquela época. Um belo retrato de um tempo em que a mulher tinha que abrir seus próprios caminhos com muita luta, garra e vontade. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor figurino (Michael O'Connor).

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de outubro de 2023

Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador

Lasse Hallström, talentoso cineasta sueco que realizou o brilhante "Minha Vida de Cachorro ", teve o melhor momento em sua carreira no cinema americano nesse muito terno e comovente "What's Eating Gilbert Grape" em 1993. O filme que agora completa 20 anos merece passar por uma revisão por parte dos cinéfilos. A trama gira em torno da família de Gilbert Grape (Johnny Depp). Ele é um jovem normal que pretende seguir em frente com sua vida mas que não consegue criar um caminho próprio por causa de problemas familiares. Seu irmão, Arnie Grape (Leonardo DiCaprio), é deficiente mental e precisa de cuidados especiais. Sua mãe tem problemas emocionais e sofre de uma obesidade sem controle. Suas irmãs não são menos problemáticas. Uma é solitária e triste e a outra rebelde e bem agressiva. No meio de tantos conflitos Gilbert tenta levar uma vida normal.

"Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador" tem vários méritos cinematográficos. Em termos de elenco temos uma interpretação brilhante de Leonardo DiCaprio que lhe valeu inclusive indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro. Foi o primeiro filme que chamou a atenção do grande público para seu trabalho. Muitos consideram até hoje seu melhor trabalho de atuação física no cinema. Johnny Depp também está muito bem, curiosamente fazendo um papel bem atípico de sua carreira, a de um jovem comum. Sem maquiagem pesada e sem interpretar um personagem bizarro (tão comum em seus filmes posteriores) Depp mostra seu talento natural. O roteiro também se revela muito delicado, colocando as várias questões humanas envolvidas na trama com rara sensibilidade. O filme fez bastante sucesso no mercado de vídeo na época e hoje, como já foi escrito, merece uma revisão. Um excelente drama mostrando a vida de uma família americana tipicamente interiorana que certamente vai agradar aos mais sensíveis. Se ainda não viu não deixe passar em branco, principalmente se você for um fã dos atores Leonardo DiCaprio e Johnny Depp. Esse é um filme que vale a pena conhecer.

Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador (What's Eating Gilbert Grape, Estados Unidos, 1993) Direção: Lasse Hallström / Roteiro: Peter Hedges / Elenco: Johnny Depp, Leonardo DiCaprio, Juliette Lewis, Mary Steenburgen, John C. Reilly, Darlene Cates, Laura Harrington, Mary Kate Schellhardt / Sinopse: O filme narra a conturbada vida familiar de Gilbert Grape (Depp) que tenta levar uma vida normal em meio a inúmeros problemas familiares.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Conduzindo Miss Daisy

Quando "Conduzindo Miss Daisy" venceu o Oscar de Melhor Filme muitos ficaram surpresos. O filme era considerado o azarão daquele ano e conseguiu superar todos os favoritos. Produção pequena, mas muito charmosa, "Conduzindo Miss Daisy" mostrava a relação de amizade que se prolongava por muitos anos entre a senhora branca do título e seu chofer negro. O filme é cativante e trata a questão racial com extremo cuidado e bom gosto. O fato de ter vencido o Oscar não deveria ter surpreendido tantos assim. O problema do racismo, principalmente em Estados do Sul dos EUA, jamais foi superado de verdade, ainda é uma chaga aberta naquela sociedade. O roteiro ao mostrar uma amizade verdadeira entre um negro e uma branca tocou fundo novamente no problema, levando a simpatia dos membros da Academia, sempre dispostos a premiar filmes que tenham a coragem de tocar em assuntos polêmicos e relevantes. 

Esse também é um filme de atuações, acima de tudo. O roteiro se apóia quase que inteiramente entre a relação de amizade dos personagens interpretados por Morgan Freeman e Jessica Tandy. Ambos estão muito inspirados em cena, esbanjando talento e carisma. Para Jessica Tandy em particular a produção pode ser considerada uma justiça tardia feita em homenagem à longa carreira da atriz nos palcos e telas. Embora muito respeitada no meio teatral americano Jessica Tandy jamais conseguiu se tornar uma estrela de primeira grandeza no cinema, embora fosse mais talentosa que muitas delas. De certo modo foi uma atriz injustiçada pelo cinema ao longo de sua extensa carreira artística. O Oscar que recebeu por sua interpretação de Miss Daisy foi de certa forma um pedido de desculpas da indústria de cinema americano em relação a ela, por ter sido tão subestimada por tantos anos. Morgan Freeman também foi indicado mas não conseguiu levar o Oscar para casa. Idem Dan Aykroyd, um ator de comédias, que conseguiu pela primeira e única vez uma indicação ao prêmio. "Conduzindo Miss Daisy" acabou sendo indicado a nove prêmios e venceu quatro (Filme, Atriz, Roteiro Adaptado e Maquiagem). Também venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Atriz (Jessica Tandy). Com tanto reconhecimento não precisa mais de recomendação. Tudo é extremamente delicado e bem escrito. Mostra acima de tudo que basta um roteiro bem desenvolvido, bem trabalhado para realizar um belo filme, aqui no caso um pequeno belo filme, quase um poema cinematográfico. Merece ser redescoberto.  

Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy, Estados Unidos, 1989) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Alfred Uhry, baseado em sua própria peça teatral / Elenco: Jessica Tandy, Morgan Freeman, Dan Aykroyd, Patti LuPone, Esther Rolle / Sinopse: O filme retrata a longa amizade de uma senhora branca do sul dos EUA, Miss Daisy (Jessica Tandy), e seu chofer negro, Hoke Colburn (Morgan Freeman).  

Pablo Aluísio.