quinta-feira, 8 de agosto de 2024

O Pacificador

Título no Brasil: O Pacificador
Título Original: The Peacemaker
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks
Direção: Mimi Leder
Roteiro: Leslie Cockburn
Elenco: George Clooney, Nicole Kidman, Marcel Iures, Aleksandr Baluev, Randall Batinkoff, Jim Haynie

Sinopse:
Duas armas nucleares são roubadas depois de um acidente de trem. A busca por elas se torna assunto de Estado pois há rumores que serão utilizadas como "arma suja" em Nova Iorque. Assim a cientista Julia Kelly (Kidman) se une ao Tenente-Coronel Thomas Devoe (Clooney) para evitar que uma grande tragédia aconteça.

Comentários:
Esse foi um dos primeiros filmes produzidos pelo novo estúdio de cinema que Steven Spielberg havia criado, chamado de DreamWorks. Para isso o produtor não poupou esforços, contratando duas estrelas de cinema, George Clooney e Nicole Kidman. Ela recebeu um ótimo cachê de 5 milhões de dólares para fazer o filme. Como era uma produção com muitas cenas de ação também não se poupou recursos para que as sequências fossem as mais espetaculares possíveis. A despeito de tudo isso porém o filme não foi lá essas coisas. Em minha opinião esqueceram de escrever um roteiro melhor. É tudo meio derivativo, sem novidades. Além disso a preocupação de sempre puxar uma explosão, muitas vezes gratuita, acaba criando aquela sensação de tédio - algo fatal para esse tipo de filme. Para não dizer que não havia qualidades, tínhamos uma esforçada Nicole Kidman de cabelo pintado tentando tornar o filme mais interessante do que realmente era. Não deu. Uma andorinha só definitivamente não faz verão! Enfim, com fraca bilheteria e recepção muito fria por parte da crítica esse filme não conseguiu marcar e nem ser um grande cartão de visitas para o novo estúdio de Steven Spielberg.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Eu Te Amo, Beth Cooper

Título no Brasil: Eu Te Amo, Beth Cooper
Título Original: I Love You, Beth Cooper
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Larry Doyle
Elenco:  Hayden Panettiere, Paul Rust, Jack Carpenter

Sinopse:
Durante a vida colegial jovem tímido passa por longos anos apaixonado por uma das garotas mais bonitas da escola, Beth Cooper. No dia de sua formatura ele decide desabafar, colocando para fora todos os seus sentimentos escondidos e reprimidos, falando na frente de todos os presentes na cerimônia em alto e bom som a frase: "Eu te Amo, Beth Cooper"!

Comentários:
Filme fraquinho, do tipo Sessão da Tarde. Só prova que não se fazem mais comédias românticas adolescentes como antigamente. O enredo trata daquilo que conhecemos como paixão platônica. Um rapaz ou uma garota se apaixonam perdidamente mas o objeto de seus desejos mal sabe que eles existem. No filme temos a paixão platônica de um cara que no dia da festa de formatura, na frente de todo mundo, resolve se declarar para a linda Beth Cooper (interpretada pela atriz Hayden Panettiere, uma gatinha!). Depois disso a garota resolve dar ao menos a chance dele se tornar seu amigo. Pois é meus caros, é a tal Friendzone, algo muito perigoso para quem está apaixonado, principalmente os mais jovens. Para sentir saudades dos bons filmes jovens dos anos 80 o filme tem em seu elenco o ator  Alan Ruck (o eterno amigo de Ferris Bueller em "Curtindo a vida Adoidado"). A direção é de Chris Columbus de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" e "Esqueceram de Mim". Bobinho sim, mas com um pouco de boa vontade até que se torna assistível.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de julho de 2024

Desafiando os Limites

Título no Brasil: Desafiando os Limites 
Título Original: The World's Fastest Indian
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Magnolia Pictures
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Roger Donaldson
Elenco: Anthony Hopkins, Diane Ladd, Iain Rea

Sinopse: 
Burt Munro (Anthony Hopkins) é considerado velho e ultrapassado pela maioria das pessoas ao seu redor. Para provar que não existe idade para realizar seus sonhos ele decide quebrar o recorde de velocidade nas salinas de Utah com sua moto Indian. Sua meta é transformar seu sonho em realidade e de quebra entrar para o Guinness World Records Book como o homem mais velho a quebrar um recorde de velocidade em motocicletas no mundo.

Comentários:
Infelizmente pouca gente viu esse interessante filme, um projeto muito pessoal do cineasta Roger Donaldson que explora um fato real acontecido com o piloto Burt Munro, um neozelandês obstinado e muito focado que resolveu provar que pessoas da terceira idade conseguiam também atingir grandes feitos na vida, inclusive esportivos. O ator Anthony Hopkins abraçou a ideia a ponto de abrir mão de parte de seu cachê para participar do filme no papel principal. Para ele foi quase uma declaração pessoal, pois assim como o personagem do filme jamais desistiu de sua carreira, se tornando um astro de primeira grandeza no cinema também já com certa idade. Outro ponto atrativo nessa produção é a própria moto Indian. Nos Estados Unidos essa marca de motos é tão cultuada como a Harley-Davidson, o que certamente atrairá o interesse dos amantes de motovelocidade. Por falar nisso as cenas no deserto de sal de Utah são realmente de tirar o fôlego, tal a competência técnica que foi utilizada nas sequências. Em suma, "The World's Fastest Indian" é uma ótima pedida para os fãs do grande Anthony Hopkins, aqui em um filme menor mas não menos precioso.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de julho de 2024

O Lutador

Título no Brasil: O Lutador
Título Original: The Boxer
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Irlanda
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jim Sheridan
Roteiro: Jim Sheridan, Terry George
Elenco: Daniel Day-Lewis, Emily Watson, Brian Cox, Daragh Donnelly, Frank Coughlan
  
Sinopse:
Irlanda. Danny Flynn (Daniel Day-Lewis) ganha a liberdade após ficar 14 anos preso em uma penitenciária de segurança máxima. Ele deseja agora reconstruir sua vida com os pedaços que ficaram para trás após ser condenado. O principal objetivo é ser um boxeador de sucesso. O recomeço porém não se torna fácil. Ao retornar ao antigo bairro ele descobre que tudo está mudado, inclusive as pessoas. Pior do que isso, a criminalidade volta a bater em sua porta. Com dificuldades para construir uma vida normal ele vai percebendo que as sombras do passado começam a voltar.

Comentários:
Se existe um ator que manteve um alto padrão de qualidade em sua filmografia esse foi sem dúvida Daniel Day-Lewis. Mesmo nomes consagrados da história de Hollywood aceitaram participar de filmes péssimos ao longo da carreira. Vide Robert DeNiro e Al Pacino. De Dustin Hoffman nem vou falar pois faz mais ou menos 20 anos que ele não atua em alguma produção relevante. Já Daniel Day-Lewis manteve o padrão, ano após ano. Por essa razão também ele nunca se tornou extremamente popular. Seus filmes são geralmente considerados pesados e tensos demais para o público em geral. Não importa. Não há mesmo espaço para bobagens em se tratando da obra desse ator. Esse "The Boxer" também não alivia. É um drama pesado, criado em tintas escuras, mostrando um protagonista que acabou sendo alvo de grandes injustiças na sua vida pessoal. Como se trata de um filme baseado em fatos reais não espere por amenidades ou gracinhas. É realmente um retrato da vida crua, injusta e cruel de um modo sem piedade ou generosidade. Tudo o que sobra no final das contas é realmente o frio gelado de uma cela escura. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção (Jim Sheridan) e Melhor Ator (Daniel Day-Lewis). Vencedor do Berlin International Film Festival na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2024

Alexandre - O Nascimento de um Deus

Alexandre - O Nascimento de um Deus 
Essa série esta disponível na Netflix. Sobre ela tenho algumas considerações. Não adianta fazer um filme ou uma série sobre um personagem tão grandioso como Alexandre da Macedônia se não tiver o devido orçamento. Fica feio fazer sem o dinheiro necessário para a produção. A história de Alexandre é a história de grandes batalhas, milhares de figurantes ou pelo menos o melhor que a computação gráfica tem a oferecer. E foi justamente esse o problema que vi aqui nessa minissérie documental. 

Não tem orçamento. Essa é a verdade. As batalhas são muito pobres, mal feitas. Os atores que fazem as cenas - enquanto historiadores comentam - tampouco empolgam. Tudo parece feito meio ao acaso. Não tem aquele estilo épico que somos acostumados a ver. Claro que o roteiro é historicamente preciso, mas isso é o mínimo que se espera de um programa que tem historiadores na equipe. Na questão grandiosidade, infelizmente, esse Alexandre passou longe de ser grande!

Alexandre - O Nascimento de um Deus (Alexander: The Making of a God, Estados Unidos, 2024) Direção: Hugh Ballantyne / Roteiro: Christopher Bell / Elenco: Buck Braithwaite, Mido Hamada / Sinopse: Minissérie sobre o personagem histórico Alexandree, o Grande. Disponível na Netflix. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Encontro Marcado

Título no Brasil: Encontro Marcado
Título Original: Meet Joe Black
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal
Direção: Martin Brest
Roteiro: Ron Osborn, Jeff Reno
Elenco: Brad Pitt, Anthony Hopkins, Claire Forlani

Sinopse: 
William Parrish (Anthony Hopkins) é um homem extremamente bem sucedido no mundo dos negócios. Magnata das comunicações ele acaba conhecendo um estranho sujeito chamado simplesmente de Joe Black. É uma figura estranha, que causa terror e curiosidade em Parrish. O tal estranho está particularmente interessado em entender a natureza humana e por isso propõe um estranho e inusitado pacto com seu anfitrião.

Comentários:
A morte sempre foi um mistério para o homem. Assim não é de se admirar que aqui ela (ou ele) ganhe carne e osso e vire um personagem de ficção. "Meet Joe Black" é justamente isso. Quando assisti ao filme pela primeira vez (no cinema) eu realmente achei o argumento muito sombrio, de complicado desenvolvimento e entendimento para o grande público. É um texto com muito simbolismo e poucas pessoas realmente perceberam as nuances do roteiro na época. Anthony Hopkins representa a futilidade e a frivolidade da vida. Dinheiro, poder, sucesso financeiro, será que isso tudo leva alguém a algum lugar? Será que traz mesmo felicidade? Brad Pitt, por outro lado, representa o grande mistério, o vácuo, o abismo. Verdade seja dita, um ator como ele, que na época estava desfrutando do auge de sua popularidade, estrelando um sucesso de bilheteria atrás do outro, ter a coragem de aceitar o papel de Joe Black é realmente algo digno de admiração. Ele não se importou com sua imagem ou nem mesmo com suas fãs adolescentes (que muito provavelmente não captaram a verdadeira mensagem do filme) e resolveu arriscar, ser ousado. Isso de certa forma já provava que ele não era apenas um galã como tantos outros. Era de fato um ator talentoso - algo que provaria nos anos seguintes. Confesso que na primeira vez que assisti a essa produção não consegui gostar muito. Certamente entendi o texto subliminar mas para um jovem aquilo não tinha tanta importância. Revendo agora pude perceber que esse é um daqueles casos em que apenas a maturidade e a experiência de vida conseguem fazer o espectador enxergar além do que é visto na tela. Em meu caso pude perceber isso muito bem. Os anos vividos fizeram com que a mensagem do roteiro ganhasse uma outra dimensão agora. Se é o seu caso reveja, certamente o filme mostrará detalhes que passaram despercebidos anteriormente.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de julho de 2024

Celebridades

Nos anos 70 Woody Allen dirigiu uma série de filmes bem autorais. Os roteiros eram bem intelectualizados e o humor refinado. Acontece que naquela época o diretor tinha um produtor rico, um tipo de mecenas, que sempre bancava a produção de seus filmes. Mesmo que essas produções não trouxessem grandes bilheterias ou até mesmo se viessem a se tornar fracassos, não importava. O mecenas estava lá para bancar Allen e sua filmografia. Nos anos 90 ele morreu. Assim Woody Allen precisou se mexer novamente, fazer filmes mais comerciais, que trouxessem retorno financeiro aos estúdios. Esse "Celebridades" é dessa segunda fase. Allen deixou as obras mais autorais de lado, encheu seus filmes de atores conhecidos e estrelas de Hollywood (que participavam quase de graça em suas obras pelo simples prestígio de trabalhar nelas) e mudou seu estilo de fazer cinema.

Eu nunca gostei muito desses filmes da segunda fase do diretor. Eles são artificiais demais, com roteiros mais bobos, mais simples, tudo para abrir espaço a uma constelação de atores famosos. A maioria desses filmes trazem roteiros mosaicos, com várias histórias se desenvolvendo ao mesmo tempo, se encontrando apenas no final. Algo cansativo e que nem sempre funciona direito. Como o próprio nome desse filme indicava, Allen resolveu reunir um grupo de celebridades do cinema, com direito a  Leonardo DiCaprio e Charlize Theron em papéis menores, servindo como coadjuvantes de alto luxo. No saldo final tudo é bem fraco. Allen até tentou se justificar, dizendo que o roteiro servia como uma crítica ao mundo das celebridades, mas sabemos que o que ele queria mesmo era fazer boa bilheteria. Sem o velho e bom mecenas era hora de arregaçar as mangas e fazer sucesso a todo custo. Por fim um detalhe curioso: no elenco temos uma participação especial de Donald J. Trump, ele mesmo o atual presidente dos Estados Unidos! Naquela época ele era apenas mais uma celebridade espalhafatosa e ninguém poderia supor que um dia iria se tornar presidente!

Celebridades (Celebrity, Estados Unidos, 1998) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco:  Leonardo DiCaprio, Charlize Theron, J.K. Simmons, Joe Mantegna, Kenneth Branagh, Judy Davis, Donald J. Trump / Sinopse: Um grupo de casais, alguns deles formados por celebridades, passa por inúmeras crises em seus casamentos, tudo desandando para uma série de divórcios escandalosos.

Pablo Aluísio.